True.

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sexta-feira, julho 03, 2009

Reprise.Reprise.Reprise.Represe.

O Concílio. (21/11/07)
Hoje, pleno céu de noites claras,
Há vagar de nuvens e sons de vento.
Há tormentas e trovões, imponentes.
Caminho sozinho, mas alguém está comigo?
(De longe, muito longe,
Suspenso em trapézio vigoroso,
mãos amarradas nas cordas do fantoche.)
No caminho ainda há flores, como pecados,
Florescendo pelos cantos mais distantes.
Cantando dores e sucessos, o andarilho indigesto
Apodrece aos pés do criador.
Pelos céus, em evolução, uma lua sem platéia
Esgueira-se, breve pelas horas, cheia pelo tempo.
E vagando, de que vale a visão?
De que vale o Norte, se pro Sul nunca caminhei,
De que adianta a rota certa, se do destino nada sei?
Creio no divino, não na divindade,
Apoio meus pés na bruma,
Encho meu copo de espuma e
Alegro os surdos sem sentidos,
Enxergo a luz pelos vidros.
Distraio-me sem certeza, pelos sons da natureza,
Voz de Deus? Canto louco de seres sem sentença,
Que gritam ofensas sem veneno,
E pairam, alegres, no sereno,
Entes pequenos, filhos de deus.
Fazei de mim um dos teus,
Cego com olhos, morto com vida,
Ainda ladrão das eternas margaridas
Que enfeitam o rincão.
Fazei de mim em prece,
Lascivo, agreste, burro xucro sem finesse,
Incrédulo, morador da dura tese
Do inútil servidor.
Lançai em mim a falseta,
Essa que só cresce pelo verbo mentiroso
Desses filhos tão chegados, salvos,
Sentados ao lado da cadeira onde senta, assassinado,
O Rei dos Reis.
Noites plenas, vigílias, sacrifícios,
A mão da justiça
Atada os pés do crucifixo.
Há um caminho
E por ele, no rastro do padrasto,
Tomo rumo
Pequenino.
Colhendo alma inexistente
Que derrubei
Do raivoso coração.
(J.)

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