Hoje,
Sou quebra-cabeças sem fim.
Peça na água,
Recortada à força,
perdida prá sempre.
Hoje, se não fosse hoje,
Seria um abraço e beijo de boa-noite,
Calmaria da manhã irreversível.
Hoje, em sintonia, a mesma canção
De despedida, cantarolada em meio aos
Soluços inaudíveis dessa alma
Em pedaços.
Amanhã e depois,
Vem a clareza
Pulando os degraus de dois em dois.
Carregando as fotos desbotadas
Daquilo que fomos pela noite,
Pelo dia, pela cama em desalinho,
Pela mesa mal-posta,
Mas do lado que você gosta.
Depois e sempre,
A lembrança voraz
De tudo que a boca disse
Na garoa que me queimou
Vai ecoar
Pelo quarto vazio,
Pelo mundo vazio,
Pelo peito vazio,
Pelo amor, vazio.
Eu lembro que nunca disse adeus,
Então...
(Shadow)
3 comentários:
não conhecia a imagem do Bukowski... ele tem bem a cara do que escreve, gostei.
e esse poema, heim, Rapaz!
eu tb me sinto um quebra-cabeças sem fim... mal recortado, às vezes rasgado.. sei lá... aos pedaços, mas sempre com possibilidades de ser montado, remontado, colado....
um beijo, Gigante!
não diga adeus! não!
persista, e complete o que falta!
de luz, de amor!
Já adicionei nos meus favoritos ^^
Beijoooooos!
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