True.

True.
Love.

segunda-feira, setembro 17, 2007

A dúvida é a resposta do Destino?


1411
(Aos 21...)
(J).
Ah, que me valham mais
Os Demônios da Escuridão
Que os padres iluminados
Pelos castiçais.
Que me valha nesse dia um Deus Obsceno
E não um monstro de traços angelicais.
Rogo pela fúria da chaga feita,
Pelo tremor do corpo imolado,
Pela paz de um abraço de vidro.
Vejo milhões de olhos e eles pedem o mesmo,
Desesperados, ávidos,
Por um pouco da mesma sopa ou
Um gole do mesmo fel.
Vejo os corpos, frenéticos, estertorando...
Como cobras cortadas ao meio
Ansiosas pelo impossível religamento.
E me vejo num espelho negro,
Ridiculamente eu, imperfeição estonteante,
A me vestir de sangue pelo corpo ao avesso.
Abotoando os ossos com cravos de metal,
Ajustando o coração carnal no peito
Ao mesmo compasso da risada contida.
A pele por dentro, é macia.
O amor por fora, é alegria.
Mas salvação é um estágio, solto no espaço,
Em profunda letargia.
Canto ao som dos sapatos que percorrem
Ruas de merda, sujos pela lama mais humana.
Danço ao som dos gritos eloqüentes, insanos e
Harmoniosos dos desvalidos que tanto sabem...
E rodando, sempre como um idiota,
Sujo o que está a minha volta
Com a tinta fosca da desolação.