True.

True.
Love.

quinta-feira, abril 30, 2009

Pontes imaginárias de bolso

Uma ponte de vícios me leva ao fundo do poço que eu já conheço. E andando nela, eu sinto como se o tempo Marcasse a data do encontro, me julgando como um que vai passar e não deixar rastro de sombra. Será que isso acontece no fundo de cada um, como uma mostra de que, verdadeiramente, somos todos iguais, em tamanho, cor e credo? Ou é só um jeito de dizer prá continuarmos, pois disso somos feitos: caminhos. E se você pára, abaixo, só há o rio. Negro e caudaloso como um espelho embaçado de banheiro, que te encontra quando adentras a porta e te assusta os olhos ao ver teus olhos assustados...
Há a sombra do sol, sim. Porque eternidade só é entendida por aquilo que é realmente eterno. Nada de amores, pois o peso impede uma corrida necessária, alguns livros e a semente que, se jogada à terra boa, há de germinar. E enquanto caminho, penso nele, no tal do Amor, como um objetivo simples, cama quente em noite de cansaço, em que se espreme o homem, para que brote a seiva de outros. E dessa seiva, novos escravos, ávidos pela novidade de grilhões dourados, de orgulho e autocomiseração. A paz é o amor calmo, daqueles que te fazem crer que nos livros Há mais verdade que as que você conta e que, no escuro, há mais espírito que em nós. O passo hesita, recua, Na treva de si mesmo, trôpego, inábil, duro. Tateando sempre, cego por manter os olhos híspidos, tão espertos, Tão experientes no enxergar o óbvio, abertos. Na busca por aquilo que mora dentro de nós... Nas escuras sendas O mal se alimenta Daquilo que a mente, faminta, Regateia e vende pelo preço de um ouro raro, pedra de luz. Ainda assim, Planto nos solos tantas ilusões, Rego com o sal da terra E o punhado de lágrimas, Avessas à razão, que farão falta (Posto que chorar já não consigo) Soltas assim tão cedo frente àquelas Que teremos todos que derramar, E que não haverá como recuperar, Pois do que somos É só o chorume que vai ficar Quando você parar Na entrada dos teus sonhos De paraíso. E lá, no profundo tédio de descobrir Semelhanças, Vai se arrepender de ser tão Lento.