True.

True.
Love.

domingo, maio 01, 2016

Sol Silente.

Antes da tempestade, berra o silêncio.
E no jogo, tua lembrança é tempero da solidão.
E nesse mesmo silêncio, tantas palavras saem,
Libertas, para os ouvidos dos fantasmas
De dias e noites, de toques e hálitos.
Antes da catástrofe, uma cantiga familiar,
Como a voz do que nem existe
Mas tem sempre a voz confundida
Com a de um velho palhaço,
Que ingênuo, se crê salvo.
Antes do desmoronamento, ele se agarra
Aos cabelos negros da noite
E levita, como se fosse a luz
Embaçada de um cenário de sonho.
Viajamos, beijamos o que resta de nós,
Para reconstruir muros e prisões,
Com regalias que valem a pena, no fim das contas.
E como num susto, o que prende a mente
Ao presente, se projeta, veloz
Ao quadro baço do futuro.
E a gente salta o muro e toca o céu.
Sente o gosto e finge o fel.
Salivando, fabricamos mel.
E as bocas, distantes e fechadas,
Conversam 
Na língua esquecida do amor.

(S.)