True.

True.
Love.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Illuminatus X Silentium

O que me importa?

Se toda cor que está na casa é torta?

Medo de minha sombra,

que ao lado da bassora,

repousa atrás da porta?

que me importa se Inês ou donzela é morta?

Que te importa se pouca luz aborta

A ânsia que não comporta

A espera pela letra tão torta

que pinta "foda" na parede

da casa sem porta,

Enquanto a vida aborta

Um pouco da dádiva morta?

Que te importa?

Quem me importa, se na calmaria morta

Nada importa?

Mas mesmo lembrando que não suporta,

Repito:Sombra.

se queres luz, procura atrás da porta.

a tua, que da minha, pouco me importa.

(a luz ou a porta.)

Pouco.

Importa.

Muito.

escolhe: com a tua vista, torta.

Não explica, aporta.

No porto, o galeão suporta

que a tarde seja morta,

E navega, na escuridão, pelo mar...

Ao destino ou se afunda:

Pouco importa.

Há um túnel no fim da luz.

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quinta-feira, setembro 04, 2008

A angústia e o relógio lento.

Ao entardecer, bebe as tuas horas. Ao amanhecer, rega tuas flores Com as lágrimas mais doces da noite. Avisa o Sol que tudo e nada É o que brota de cada grão. Nada de mim em questão, Viajo ao templo da tua mente Pra tentar colher a semente. Ao Pastor, manda amores. Ao teu Par, sorri as dores? Bonança que partirá com tua morte. Pelas injúrias de tudo que é certeza, Bota livre a flor, agora! Nem o vento, que está insano, Tem certeza se, se...Sopra. E cativo, mantenho o que me é caro, Pouco, por destino e forjado como raro. É o sorriso que te deixo, quando dou Às costas ao que fui e germino, aturdido. Ao Prefeito, manda flores. Ao teu Pai, choras as dores. Navio que partirá com tua riqueza. Pelas mãos de tudo que é beleza, Brota livre a flor, ainda. Nem o tempo, que está branco, Tem certeza se, se...Finda.
(Shadow J.)
04/ix?2008!

terça-feira, agosto 12, 2008

Nudez & Sonho.

Melancolia. Acaso as vestes do dia se acabaram? Que nudez é essa, que me acalanta Nesse azul que impávido transpõe A minha solidão com essa força de maré? Que vento é esse que desaloja a minha alma Daquele canto, onde acorrentada, se via quieta? A melancólica invenção de todos nós, Ao parto que se dá na dor E ao riso que nos dá torpor, Enguiça frente a tal beleza. E cada pedaço do céu contempla o corpo Cansado, inerte e anulado com um movimento brusco Na mesma velocidade daqueles beijos que mal pensamos E se tornam passado quando menos esperamos. E no acaso dessa viagem A minha memória sempre parte Em buscas que dão em nada, Ávidas empreitadas pelos recônditos cantos Da ampla sala da minha história E encontra, ao invés de outro, o azul que espera Por mim e me consola. (J.)

domingo, agosto 03, 2008

Respirando fundo (no fundo.)

Meu nome: Fantasia. A minha casa se esfarela no ar e sobra só a lembrança De um sonho sem porta. Fogo, amor. Sempre o teu cheiro de flor Nas paredes, na janela Um sorriso tão doce, O caminhar leve de aguda graça pelos corredores infestados de sombra.
Sempre teu sexo Nas dobras da cama. E meu suor se dissipa Num perfume ácido Enquanto o sol se levanta. Minha flor: dúvida. O ar se esfarela E a cama se levanta Com a lembrança do fogo, Teu sexo ácido É a minha porta Para a lembrança do sonho. E nas paredes do meu suor Eu exponho os quadros da memória Pois de todo amor O que sobra é o cheiro Eterno em nós, Cada um amando Seu Sol Em cada manhã. Meu nome, teu nome: Saudade. E cada estrada leva ao mesmo ponto E cada espera nos tira o pouco que teremos, E um dos amores meus sempre um dos teus... Agora, para sempre, adeus.
J.
III/VIII

sexta-feira, julho 18, 2008

Invenções.

E enquanto a lágrima seca e a Máscara se ajeita, Entende bem q sou a perfeita Moldura da tristeza que Todo céu, em fogo, rejeita. Falo direto ao teu peito, Na loucura de ser sincero e Por fazer caber em mundos vários A nossa invenção de distância. E naqueles sonhos Previ a queda. Prevalece a tua vontade E eu, que mais fazer? Vou sonhando pelos mesmos amores, Grato de ouvir teus anseios Enquanto se fecha o tempo Na iminente e sólida tempestade. E sinto o sabor doce me cair da boca Quando acordo empapado de solidão No meio da noite, em pranto, Por saber q nunca mais a estrada... Nunca mais. Sonho direto nos teus olhos baços E me esfumaço pela janela, caindo Pelo ar, invadindo Narinas alheias Com meu cheiro de ausência. Nunca mais. E no mesmo lugar de tanto abraço Hoje jaz meu tempo em sua dureza, Imerso profunda e duramente em aço e Nos mais frios solos da incerteza. E de mim, amargo, sai o teu fruto Branco, inútil como a moeda posta nos olhos Que nada vêem e atravessam aquele rio Para a vida do outro sonho que nunca conheceremos. Nunca mais.

segunda-feira, junho 30, 2008

O som dos passos.



No peito dos desvalidos, abandonados,
A insistência da busca iluminada.
Nos caminhos mais longos, pés cansados
Arrastam corpos que são de Luz.
A calma da passada em direção ao Sol.


Mas após o dia, sempre a Escuridão.

A mente se desvela em sabores de fumaça,
Buscando em fendas fundas, um pouco mais.
Nadando pelo ar, acordando seus fantasmas
Com suaves sussuros envolventes, de névoa
Espessa e clara de prazeres atonais.

E então nos lava uma líquida maré...

Mas após o gozo, a imensa Solidão.
Os pensamentos aturdidos
Pela massa intensa de momentos de Infinito.

E humanos sempre causam seu conflito
Tateando pelos muros de granito
A lembrança da seda mais macia.

E pelas horas mais bonitas
Sempre se chega a um novo dia.
E pelas noites mais escuras
As mais altas e doces melodias.


E novamente saem nossos pés
cercando o círculo de nossas voltas,
Um vínculo amargo com as histórias
que cansamos de viver.

(J.)
(Domingo, 29/06/08 02h12)

sábado, junho 21, 2008

Mergulho ou O espaço entre nós.


Pedras no caminho.
Matéria-prima de escada.
Sonhos pela noite
São passeios pelo ninho.

Noite solitária
É proposta de carinho.
Luzes e fumaça,
Você vem, devagarzinho.

Encosta a sombra na luz,
Amor do tipo estranho.
Um pelo abrigo,
Outro pelo castigo.

E se somos nós
Ainda que sem mim
Que seja tu também
Na ausência de ninguém.

Subimos juntos ao topo da encosta,
Em transe, crédulos de poder.
E se voamos além,
Como perder a aposta?

Ser criado e amo,
Algoz e filho de ti, súbito.
Meu Amor é Déjà vu, busca,
Só um simples engano.

Planos de ar poluído
Sorrisos feitos de espuma
Nós dois a amar com fúria
Pelo tempo que é bruma,
Passagem, eterno adeus.
Em mim e sempre, apenas pra você,
Guardado, em reserva de vidro,
A minha mais profunda, violenta

e suave carícia.

À frente, sempre a espiral
De degraus com nomes,
Com sonhos derramados,
Prazeres em desperdício,
Olhos ávidos de ilusão,
Tremores de iminente êxtase.
Pedras no caminho.
A subida prevê
A leve
.Queda.
(antes do ponto-final, um último desejo...).

J.
20/6
17h55

sexta-feira, maio 02, 2008

Criando Vento na Cidade.


Veio a menina, calada,
Deslizando na luz da tarde.
Cantando, silenciosamente, a intuição.
E todos ouviam,
Como se fossem anjos
E soubessem a melodia.

Rimos juntos, por jardins tenros,
Escadarias plenas, bares enfeitados por moscas,
E pelos nossos corpos
Em chamas.

Ficamos silentes,
Em comunicação com os olhos,
As mãos e os sonhos loucos.

Desejo.
Faca sem fio.
O afagar dos dedos
E a unhas em alinhamento
Pela carne de papel.

Desejar e usurpar a respiração
Por instantes longos,
Aflitivos, macios...
O encaixe da mente
Nos cantos mais íntimos
E a alegria doce de ser,
Ao mesmo tempo,
Tudo e nada.

Vai a menina, mais calada
(a beleza de uma estrela gelada
que abraça a noite, como a emprestar calor...)
do que chegou,
Deslizando, em zig-zag,zag-zig!
Pela névoa
Que a fumaça de um
Sonho bom
Deixa na memória

Mesmo antes de dormir.

(Shadow)

(foto gentilmente cedida por Flavia Dell´Abadia.)

sábado, março 01, 2008

Eu.

(Charles Bukowski)

Hoje,

Sou quebra-cabeças sem fim.

Peça na água,
Recortada à força,
perdida prá sempre.

Hoje, se não fosse hoje,

Seria um abraço e beijo de boa-noite,

Calmaria da manhã irreversível.

Hoje, em sintonia, a mesma canção

De despedida, cantarolada em meio aos

Soluços inaudíveis dessa alma

Em pedaços.

Amanhã e depois,

Vem a clareza

Pulando os degraus de dois em dois.

Carregando as fotos desbotadas

Daquilo que fomos pela noite,

Pelo dia, pela cama em desalinho,

Pela mesa mal-posta,

Mas do lado que você gosta.

Depois e sempre,

A lembrança voraz

De tudo que a boca disse

Na garoa que me queimou

Vai ecoar

Pelo quarto vazio,

Pelo mundo vazio,

Pelo peito vazio,

Pelo amor, vazio.

Eu lembro que nunca disse adeus,

Então...
(Shadow)

terça-feira, fevereiro 19, 2008

On the Road (again.)


Interlúdio da fuga.

Corro, acorrentado para sempre
À minha estrada, vazia.
Com medo de cair, tentação.
Com fome de viver, cego.
Com algo que paira único e
Sem minha permissão, inútil.

Tenho as minhas portas abertas
E entram todos os ares de noite,
As cores invisíveis
Dos olhos que não vi.
Lá em casa, tem café.
A roseira conversa com o sol,
Quando a lua só finge sono.
Eu vou caminhando,
Trancos e barrancos?
Não gritarei dessa vez...
As portas, eu fechei.
Janelas batem ao vento,
A rosa na estante,
O cheiro de alguém.

Ouvi um sussurro,
Uma prece sem fim.
Falava de ti,

Falava de mim
Enquanto os sonhadores
Iam impávidos e irreais,
Carregando seus corpos,
Em direção às sombras
Da rua da noite, números mais.
Margem de minha antiga solidão,
Rios que me engolem, negros.
Partir daqui, de mim e de ti,
Como se soubesse trilhar
Os mundos, os campos e curvas

De feliz feição.

Lá fora, a Lua acordada
Enfeita a capa do céu,
Enquanto o Sol, calado,
Nem pisca.
E saiu (a rosa) para nunca mais voltar.

À porta, um aceno.
E longe, muito longe, hei de morrer.


*Nennefth*
Meu velho camarada.
Saudade de velhos poemas da noite!*
Benvindo.