E enquanto a lágrima seca e a
Máscara se ajeita,
Entende bem q sou a perfeita
Moldura da tristeza que
Todo céu, em fogo, rejeita.
Falo direto ao teu peito,
Na loucura de ser sincero e
Por fazer caber em mundos vários
A nossa invenção de distância.
E naqueles sonhos
Previ a queda.
Prevalece a tua vontade
E eu, que mais fazer?
Vou sonhando pelos mesmos amores,
Grato de ouvir teus anseios
Enquanto se fecha o tempo
Na iminente e sólida tempestade.
E sinto o sabor doce me cair da boca
Quando acordo empapado de solidão
No meio da noite, em pranto,
Por saber q nunca mais a estrada...
Nunca mais.
Sonho direto nos teus olhos baços
E me esfumaço pela janela, caindo
Pelo ar, invadindo
Narinas alheias
Com meu cheiro de ausência.
Nunca mais.
E no mesmo lugar de tanto abraço
Hoje jaz meu tempo em sua dureza,
Imerso profunda e duramente em aço e
Nos mais frios solos da incerteza.
E de mim, amargo, sai o teu fruto
Branco, inútil como a moeda posta nos olhos
Que nada vêem e atravessam aquele rio
Para a vida do outro sonho que nunca conheceremos.
Nunca mais.