True.

True.
Love.

segunda-feira, julho 23, 2012

Submerso.


Afogo meu poema nos teus Lábios
Para que minha voz se reflita na Tua
Como o mar reflete a Lua.

Ancoro meu navio nas tuas Mãos
Para que minha âncora afunde (nua
Pele) como a minha mão na Tua.

Encanto-te de amor, como se me ouvisses
Enquanto te persigo com os olhos
Pelos becos escuros e úmidos de filme
Onde sempre um gato chora.

Eu caço tuas Coxas, mas acasalo meu desejo
Numa garrafa de um Bourbon velho
Com nome de homem que, sempre,
Parece um sentenciado à morte do século passado.

Eu me esfrego nos cantos da casa,
Me coço até sangrar, pois como mágica
Desse alvoroço ainda emerge, místico,
O cheiro dos teus cabelos que guardo na memória.

Eu escrevo como quem te ama,
Porque ainda que não te ame,
Meu verso te ama, meus sonhos
Amam, minha voz ama.

Mas isso, ainda tão amoroso,
Não passa de um enganoso
Sentido de universo,
O amor dos cães,
O amor dos bichos.

E o pastor, a amante, o doutor
Nas horas irrelevantes, 
Convencem o "pobre" doente
De que há uma salvação.

E a boca, semi-aberta,
Arrota um último poema,
Elegante, um beijo
Na seda, na pedra.

À minha frente, o futuro que nunca alcançarei.
Atrás, o passado, como um pingente,
A cada dia mais distante.
E em mim, uma ausência presente.

Agora, me permita: Adeus.
(S.)

segunda-feira, julho 09, 2012


SonhAsas.

Naquela noite calma,
Calava a boca, falava a alma.
Na suavidade do suspiro dado
O mundo pára, o Sol parado.
Arrepios de augusta saudade
Afligem seu corpo ardente,
E o elevam como pássaro,
Ao céu noturno distante,
Como o desejo dos olhos
Piscando rápido, frouxos,
As lágrimas do nosso adeus.
Alguém partiu, ninguém chegou.
O tempo ficou onde estava,
A luz, sobrenatural não se apagou,
A lucidez, atrasada não voltava
E ninguém no mundo me ouviu.
Apenas eu vislumbro sombra
Enquanto aprecio solitário
O passar dos que ainda não se foram.
E você, amiga minha, minha amada,
Não entende minha chegada
No lugar onde se depositam
As asas que entregamos
Quando aprendemos a andar.
A noite aquece o sereno
Num abraço de névoa
Que te deixo para que te lembres
Que há muito estou aqui,
Nessa terra distante
Do lar onde nasci.

(Shadow.)