True.

True.
Love.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

Ano Solidão.



Decidido.

Meu rumo é o ar.

Sem ninguém, sem par.

Só nós, sem viés.

Um dois e talvez, três.

Decidido:

Eu não só

parto, como

chego.

Ninguém me segue.

Não a você,

Não a ninguém.

Meu solitário

pouso

é só também.

Não construo

não apelo

Não obstruo

Só admiro

a ausência

que se faz maior

Nessa vida

tão fugaz e sem

amor.

Não

te vás

antes de me ouvir

dizer

adeus.

E quando voltar,

olhe

em volta.

É lá,

onde não me vês,

que vou estar.

(S.)

segunda-feira, dezembro 24, 2012

Afago.


Ela correu os dedos nos seus cabelos
E entoou uma canção velha
Com notas empoeiradas
De um tempo gasto, amarelado.
Ela andou de olhos abertos
Com nuvens e estrelas
Numa noite gelada
Com um copo de solidão.
Ela absolveu a si mesma
Dos pecados pensados
Em tardes tórridas
De ausente paixão.
Ela fez as malas aos prantos
Derramando lágrimas invisíveis
Na seda iluminada
Pelo sol do abandono.
Ela bateu a porta
Fazendo ventar uma brisa
Suave nas alamedas escuras
Da memória esquecida.
Ela sonhou a partida
Como agora sonha a alegre chegada
De alguém com cabelos macios
Para saciar suas mãos ávidas
De amor e eternidade.

(S.)