True.

True.
Love.

sábado, maio 02, 2009

Quod me nutrit me destruit...


É noite,
Solitária e fria em que flutuo 
Aturdido no encalço da lua.
Me acabo
Nas partes leves da pedra.
Me deito
Nas camas sujas de verve.
Me espanto com a dura
Textura da teia.
Me liberto
Nas cores ávidas
Em sangue e abraço
De ásperas solidões.
Afogo meu espírito
os fundos meneios
Das altas nuvens
Daquela chuva,
A mesma que não cessa,
Aquela mesma que te molha
A que, mesmo ali, não ama.
Empoço, nu, minha alma
Na palma da mão da morte.
Risonho, danço pequeno
E causo assombro nos olhos
Dos olhos que quero ver.
Seus medos distantes
Pairando nas serras
De uns sonhos astrais.
No subúrbio dos ventos
A seiva dos sonos
Escorre nos membros
Dos monstros viris.
E a luz acaba
No ponto puro e
Cego
Do coração.

(S.)