É noite,
Solitária e fria em que flutuo
Aturdido no encalço da lua.
Aturdido no encalço da lua.
Me acabo
Nas partes leves da pedra.
Me deito
Nas camas sujas de verve.
Me espanto com a dura
Textura da teia.
Me liberto
Nas cores ávidas
Em sangue e abraço
De ásperas solidões.
Afogo meu espírito
os fundos meneios
Das altas nuvens
Daquela chuva,
A mesma que não cessa,
Aquela mesma que te molha
A que, mesmo ali, não ama.
Empoço, nu, minha alma
Na palma da mão da morte.
Risonho, danço pequeno
E causo assombro nos olhos
Dos olhos que quero ver.
Seus medos distantes
Pairando nas serras
De uns sonhos astrais.
No subúrbio dos ventos
A seiva dos sonos
Escorre nos membros
Dos monstros viris.
E a luz acaba
No ponto puro e
Cego
Do coração.
(S.)
(S.)