De longe, a luz brilha com seus olhos negros, que não
carecem de fogo para arderem em minha pele como um ferro quente, com as letras
do teu nome na insígnia dessa dominante solidão que me achaca, me amedronta e
me encoraja a ver onde, afinal, está a beira do meu abismo.
Chamo-te vida,
escuridão...
Chamo-te minha.
Minha lâmpada, minha cicatriz amortecida, onde guardo o
coração. Pétala de fogo, tuas sementes amarelas e vermelhas, no chão dos meus
sonhos, brotando vagarosas aos olhos do tempo.
É onde me confundo, sabes?
É onde me confundo, sabes?
É onde
paro e penso: qual o sentido dessa existência?
Esse passo torto entre os caminhos afiados e misteriosos...
Esse passo torto entre os caminhos afiados e misteriosos...
Assim, começam as historias de amor, nas folhas rotas do
livro de nós e nossos ancestrais...Deles, herdei atônito, essa ânsia pelo
imaterial, intocável sensação que permeia nossa ausente eternidade.
E vou
tropeçando minha carcaça pelo estreito desse caminho escuro-claro que se
alimenta de distancia.
Eu me apoio nos ritmos de uma noite louca, onde todos
livremente revelam seus interiores, sem receio de julgarem e ser julgados por
nosso instinto castrador, nossas correntes extensas, presas num totem distante,
numa terra desconhecida e árida, a que chamamos realidade.