True.

True.
Love.

domingo, maio 03, 2015

Anos Luz e Escuridão.

De longe, a luz brilha com seus olhos negros, que não carecem de fogo para arderem em minha pele como um ferro quente, com as letras do teu nome na insígnia dessa dominante solidão que me achaca, me amedronta e me encoraja a ver onde, afinal, está a beira do meu abismo. 
Chamo-te vida, escuridão... 
Chamo-te minha.

Minha lâmpada, minha cicatriz amortecida, onde guardo o coração. Pétala de fogo, tuas sementes amarelas e vermelhas, no chão dos meus sonhos, brotando vagarosas aos olhos do tempo.
É onde me confundo, sabes? 
É onde paro e penso: qual o sentido dessa existência?
Esse passo torto entre os caminhos afiados e misteriosos...

Assim, começam as historias de amor, nas folhas rotas do livro de nós e nossos ancestrais...Deles, herdei atônito, essa ânsia pelo imaterial, intocável sensação que permeia nossa ausente eternidade. 
E vou tropeçando minha carcaça pelo estreito desse caminho escuro-claro que se alimenta de distancia.

Eu me apoio nos ritmos de uma noite louca, onde todos livremente revelam seus interiores, sem receio de julgarem e ser julgados por nosso instinto castrador, nossas correntes extensas, presas num totem distante, numa terra desconhecida e árida, a que chamamos realidade.