True.

True.
Love.

domingo, junho 07, 2009

Saindo da casca e vendo a face da Lua.

há nesse mundo um deus que veste negro, que esconde nas frestas e buracos tanto fato, tanto segredo que chega a dar medo quando a gente anda pela rua com os olhos nas costas, acelerando a mente no passo louco da nossa corrida. há gente e com eles, seus tantos sonhos, corridos pelas paredes como tinta. revistos, reescritos e re-sonhados, na fantasia louca de que chegaremos a um ponto final. há um segredo que é negro prá qualquer deus, desses que andam na parte traseira de si mesmos, tentando mudar de lugar, brigar com o irmão pelo lugar na janela. e perdem a paisagem mutante que pulsa nas telas dos nossos dias solitários. há um animal preso em cada alma, com os pés fixos em latas de cimento, desvencilhando-se na fúria, pois a música continua a tocar sempre, mesmo quando cada deus ou mesmo homem já esteja completamente surdo, ouvindo, insistente e desconhecidamente, a sua própria voz. e arrastando o peso de si mesmo, esquece que a mais livre ave ainda permanece bela mesmo sem as asas e que o melhor da vida é voar na impossibilidade ou flutuar pela sanidade para estacar, como um prego sob o jugo do martelo. valha-me, que ainda hoje, amanhã chega e daí que você ainda é o mesmo rosto na multidão? Faz frio pelos lados da morte, sabe? E ainda há deus, companheiro de alcova, prá te salvar de si mesmo quando o cobertor virar pele e o mendigo, andando nu, estiver mais elegante que você.
(Shadow.)
07/06/09

quinta-feira, junho 04, 2009

Sonegando um Soneto no frio Café


Brandura

As lágrimas por ti são doces... 
É que nesse choro de amor 
Eu quero rimar a minha bravura 
Com o teu sorriso de brandura. 
E que, a cada uma que role, 
Uma nova explosão de cores
Inevitável se desenrole 
No meu peito sem amores; 
Porque amar é colher erva-daninha 
E dispensar cegamente as flores 
Que são como tuas mãos abertas 
Espalmadas nesse vasto coração 
Já tão solitário e afeito às dores 
Que tantas dádivas liberta...

(19/V/2009)
foto: flor do meu jardim.