Hei de crer nos sonhos que tenho, que pesados,
São elos que me imprimem cores que não vejo.
São os males e o quesito primeiro de viver.
Um em cada mão, dois em cada pé,
A mente é satélite que deriva de maré.
Hei de crer em ti, meu passado, meu futuro
Tão presente na velocidade do tempo
Que avança,
Tão rápido quanto o amor
Que não se realiza, que navega a esmo
E que para às escadas
E se olha, com carinho e tristeza,
E se promete no olhar.
Te cala, coração.
Se agasalha em solidão
E deitas.
O sol nunca falha, o que falha é sempre
O tempo.
O tempo.
(S.)