True.

True.
Love.

domingo, agosto 28, 2005

Em algum ponto entre o nada e o o que não vejo...

Frio. Uma onda de tremores e um pouco de medo. Sua presença. A tua mão que eu sonhava afagar meu peito, cai. Você, como a luz, como um rastro, meu guia entre um ponto distante E tudo que meus olhos me negam ver. Sinto só um resto de força me levando, Dei meus esforços por tua presença em mim, como bálsamo. Queria atrever-me a escalar tuas paredes, sorrir tuas risadas. Mas esse amor louco, essa ânsia de ser tão grande como o céu, De amar o brilho que emanas, eternamente, me entristece. Me sinto tão vazio, etéreo demais para sentir tanto e Talvez silenciosamente saibas que quero ter uma noite, Uma madrugada eterna em ti e em tuas mais secretas mortes, Quero o espaço, quero a exata solidão fria, após o teu partir. Respiro o teu hálito de noite, tua vaga maneira de olhar desaprovando meus anseios, sem saber que os tenho. Sabe quando te falo de amor, de toda essa maldita idiotice que limita nossa estada, que nos retém como moscas na teia da aranha, malvada criatura que envenena essa pureza almejada, esse desejo de sermos escravos um do outro. Quero me desvencilhar, me soltar, mas, daqui mesmo, já antevejo a mesma escravidão e o predador só muda de cheiro. Mas eu acredito que me encantas, que me mataria para te ter uma única vez. Porque se me vejo só, sinto o vazio que me deixas como o próprio corpo que me carrega...

sexta-feira, agosto 05, 2005

Conversa durante o jantar, após o Pôr-do-Sol.

Por favor, mate-me... Tire de mim um pouco dessa vida, tire de mim a pouca esperança que me sufoca. Por gentileza, me amarre a uma pedra e me jogue no negro vale abissal. Tire-me a pele, arranhe meus olhos, chicoteie minhas costas. Perfura meu peito, vida maldita, pois não sinto mais dor. Sinto só a solidão de todas os dias passados, Sinto pelo medo que me foi tirado e Anseio, inerte, por um golpe de misericórdia nessa bela tarde azul. Alguém sobre meu ombro pergunta por meus motivos E não respondo, pois sou eu quem sempre faz essa pergunta. Mando-me para a noite das minhas mágoas, Caminho como sempre, devagar, saboreando a dor nas pernas retesadas de raiva. E diviso um vulto que brilha negro à minha frente, Serpenteando e sendo rasgado pela luz que nunca apaga. Persigo-a desde o primeiro dia em que a vi, mas não a encontro em meus braços. Pergunto: Se a morte vem e é sombra sobre a vida, Por quê não me deixas te embalar ao som dos meus gemidos, Para que ouças como sou triste e solitário, Fraco como tua complexa simplicidade de mar e sonhos, Que me seduz tal bela mulher de olhos velhos, sorridentes. Amo como se amasse o invisível e desejo a morte como quem quer voar. Por favor!