True.

True.
Love.

quarta-feira, julho 27, 2005

A Luz do Pensamento.

Um demônio de sagacidade, como Uma fita prateada numa caixa de bombons. A razão da beleza não é a mesma do desejo. Um sorriso de verdade, aquele dado em Uma bela madrugada na beirada da loucura, O temor do destino não é medida de repulsa. A amável empreitada é só a vida sem pudores, O incongruente buscar pelo tudo e pelo nada, Quem não abraça as trevas, não enxerga a luz. Eu abracei a mim, sem ninguém para me guiar, E vou desabalado, pois a paixão é invisível a certos olhos, Acostumados a uma claridade fosca, uma vela na floresta. A distância ajuda a vela, a floresta a esconde. E o caminho de todos os mundos é igual ao caminho Que eu mais conheço, a estrada esburacada em que Velhos seixos à margem depositam suas folhas mortas e seus dejetos, folhas secas, insetos mortos e mais uma porção de matéria que os homens mais calmos não vêem. O lugar onde todos os Dias a Escuridão se despede da Luz, Para mais tarde encontrarem-se suavemente, como uma adaga afiada invadindo a suculenta carne de um cordeiro. E depois, só o silêncio e o sangue da separação, Só a dor e a rejeição de si, escuro demais para ver ou claro demais para confundir.

terça-feira, julho 19, 2005

The walk.

Então, pelo barulho da rua que gritava lá fora, fui saindo...e saí como quem deixa todas as coisas em ordem, jogadas, luzes acesas, o gás aberto,explosão inevitável...mas saí.E no percurso, uma queda, duas quedas... mais alguma pessoa saberia me dizer onde fica o mundo que existe além dos muros, além de minha frágil noção de direção, da minha loucura neurótica, planejada e tediosa?A Luz atrai a Luz, continuei a ver se dava para passar pelo rio mais fundo, sozinho. Os pés roçaram uma lama fria, que lembrava solidão.Mas fui seguindo aquele rastro, uma fresta que vem entrando pelo seio da face iluminada, um jogo de cabra-cega que me indicava que um dia sempre se chega a lugar algum. E não vai adiantar ser otimista, fui mutilado da visão de horizontes de verdade, onde o Sol não nasce, mas permanece, pintado e imóvel como o desejo mais secreto de amor que guardo.E então, quando cheguei em outro lugar, ao tirar a venda, sairam de braços dados, a realidade e a alma, dizendo adeus e me tornei um simples pedinte, que canta uma canção muda num dos labirintos da cidade.