True.

True.
Love.

segunda-feira, julho 27, 2015

Mares suspensos.

Minha suave tristeza se derrama pelo chão,
Uma mulher, um som, a onda, a contramão.
Vamos ao céu, nessa semana? Não.

Macia, ela me ampara enquanto eu caio, de novo.

E ela está ali, deitada. Me olha.

E eu me derramo em seus olhos, como lava...
E ela me lava, limpa meu corpo até chegar na alma.
E eu, caindo do abismo, não me mexo.

Suo. Queimo. 
Sopro a vela, mas o lugar continua claro.

E então, eu paro de respirar.
Porque meu ar se aquieta no peito.
Porque o Mar, (o Mar!) inunda meu peito.

Um mar de negras águas, espuma e sonho.
Ela me afoga no sol de suas mãos,
Me lança num invisível turbilhão,
Para me dizer, em silêncio,
Que não se esquece, não...

E numa gargalhada, vira.
Dorme.
E eu saio pela janela, sorrateiro e só.
Ouço seu ronronar. 
Nos fones, aquela canção...

(S.)

domingo, maio 03, 2015

Anos Luz e Escuridão.

De longe, a luz brilha com seus olhos negros, que não carecem de fogo para arderem em minha pele como um ferro quente, com as letras do teu nome na insígnia dessa dominante solidão que me achaca, me amedronta e me encoraja a ver onde, afinal, está a beira do meu abismo. 
Chamo-te vida, escuridão... 
Chamo-te minha.

Minha lâmpada, minha cicatriz amortecida, onde guardo o coração. Pétala de fogo, tuas sementes amarelas e vermelhas, no chão dos meus sonhos, brotando vagarosas aos olhos do tempo.
É onde me confundo, sabes? 
É onde paro e penso: qual o sentido dessa existência?
Esse passo torto entre os caminhos afiados e misteriosos...

Assim, começam as historias de amor, nas folhas rotas do livro de nós e nossos ancestrais...Deles, herdei atônito, essa ânsia pelo imaterial, intocável sensação que permeia nossa ausente eternidade. 
E vou tropeçando minha carcaça pelo estreito desse caminho escuro-claro que se alimenta de distancia.

Eu me apoio nos ritmos de uma noite louca, onde todos livremente revelam seus interiores, sem receio de julgarem e ser julgados por nosso instinto castrador, nossas correntes extensas, presas num totem distante, numa terra desconhecida e árida, a que chamamos realidade.

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Vortéx in.

Ah, eu...

Com essa pena leve,
Escrevo nós dois, corações das trevas,
nas paredes.
Escrevo memórias, contos, maldições
De um passado esquecido.
Eu, com os nós dos dedos em carne viva,
Bato à porta atemporal
De um presente revestido de sonhos
Tortos, tortuosos caminhos pelos quais desfilo
A minha incapaz necessidade de amar.
Ah, eu...
Com essa alma inerte,
Ainda procuro a febre
Que me apertará o coração.
Não sei se crença, milagre ou mágica,
Espero sozinho na estação
Onde desembarca, ao cair de toda noite,
Um corpo são que me reveste
Da mentira da armadura.
Ah, eu! Um reles ente de parca sabedoria!
Um dissidente de mim,
Projeção de uma mente que busca
Um paraíso que só existe
Num vão momento
Situado entre o encontro furtivo
Da luz com a escuridão.

Ah...eu.

(S.)