Atrás de cada árvore, uma assombração.
O barulho da mata solitaria nos teus ouvidos
Evoca arrepios: sente o vento contando teus passos?
shhhhhhhhhhhhhhhh.................................
Há luz entre folhas, mas não é a claridade que importa.
Nas sombras da luz, eu ando.
Lembrando amores, caçando sonhos...
Ah, mulher...vem devagar.
Com cuidado, pois invento histórias de medo para que não me temas...
Chegue sorrateira, traga mel.
Um pouco de fumo e uma garrafa de aguardente.
Sei que a casa é pequena, mas cabe a cama.
A gente bebe, ri das nossas caras e dorme fazendo amor.
Pode vir com uma flor, vai caber onde não cabe a mesa.
Mas cuidado...eu posso não estar mais aqui.
Posso ter ido ver as estrelas no alto do morro,
Posso ter ido ao teu encontro no fim-do-mundo.
Espero há eras pela tua chegada.
Minha casa é só silêncio e dor.
Voltei à noite.
No canto, uma flor morta.
Na cama, um fio de luz.
Em mim, a mais fria ausência.