Vigilantes ao redor de cada mundo,
Senhores de mãos atadas, ourives.
Ouçam:
Eu descia a rua, um pé em cada lado da calçada,
As árvores e os cestos de lixo rangiam,
E no fim, na esquina virada, eu vi um filme
Que uma voz sem história repetiu:
“Deixa-me sair,
Pois quando entrei,
larguei meus pensamentos no mar.
Só preciso dar uma volta,
matar alguns momentos do meu tédio.
Vou e volto,
em cima do rastro de migalhas de amor que levo.
Vou e trago um pedaço de um peito
velho e sonolento, amoroso e piegas.
Me permita uma estadia lenta
nos quartos escuros da estalagem da memória,
Um dèja-vu ao contrário,
como se eu esquecesse algo de que nunca me lembrei.
Me deixa sair!
Eu sangro nas pontas dos dedos,
pois tentei abrir a porta com minhas chaves,
Meus pés estão tortos de tanto chutar
essa parede de mentiras que ergueram aqui.
Me deixa, por favor, o céu tão alto me chama a toda hora.
Vou e talvez volte, trazendo uma pequena alegria de liberdade.
Eu cantei por anos a canção dos sonhos,
Eu tentei por séculos o amor sem volta.
Mas tudo que encontro é a porta fechada.
Eu te peço, destino, me deixa sair daqui.
Nada se justifica pela lei que cria os assassinos...
Não me deixou sair.
Eu saltei pela janela do outro lado.
E o chão nunca chegou...”
Ouvi.
E deitado,
Senhores de mãos atadas, ourives.
Ouçam:
Eu descia a rua, um pé em cada lado da calçada,
As árvores e os cestos de lixo rangiam,
E no fim, na esquina virada, eu vi um filme
Que uma voz sem história repetiu:
“Deixa-me sair,
Pois quando entrei,
larguei meus pensamentos no mar.
Só preciso dar uma volta,
matar alguns momentos do meu tédio.
Vou e volto,
em cima do rastro de migalhas de amor que levo.
Vou e trago um pedaço de um peito
velho e sonolento, amoroso e piegas.
Me permita uma estadia lenta
nos quartos escuros da estalagem da memória,
Um dèja-vu ao contrário,
como se eu esquecesse algo de que nunca me lembrei.
Me deixa sair!
Eu sangro nas pontas dos dedos,
pois tentei abrir a porta com minhas chaves,
Meus pés estão tortos de tanto chutar
essa parede de mentiras que ergueram aqui.
Me deixa, por favor, o céu tão alto me chama a toda hora.
Vou e talvez volte, trazendo uma pequena alegria de liberdade.
Eu cantei por anos a canção dos sonhos,
Eu tentei por séculos o amor sem volta.
Mas tudo que encontro é a porta fechada.
Eu te peço, destino, me deixa sair daqui.
Nada se justifica pela lei que cria os assassinos...
Não me deixou sair.
Eu saltei pela janela do outro lado.
E o chão nunca chegou...”
Ouvi.
E deitado,
na sarjeta,
suja, verdadeira e doce,
Pensei: “esse é o chão...”.
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