Atrás da árvore ancestral,
Eu me escondo,
À espreitar
O tempo!
E enquanto decoro o caminho das estrelas
Enxugo as lágrimas de luz que elas me dão.
Observo, imóvel o mundo, a girar.
Nos meus olhos,
Os planetas sem direção.
A mão serena da calma
Ilude
A alma inebriada, solitária,
que sangra, trêmula, o seu peso.
Saio sempre à noite, sorrateiro
Pelos campos de cristal escuro,
Viajante de um dia.
E quando canso, há outra árvore.
Impávida, imortal como o ar,
Impondo à caminhada
Uma estadia na sombra.
Toda a escuridão só existe
Pois nasce cercada da mais pura
Claridade.
Assim são meus passos,
Hesitantes como a noite
Que sôfrega, acalenta o dia.
Assim sou eu, sempre tão imperfeito.
Mas caminhar por qualquer sorriso
Qualquer carícia, carinho
É o bálsamo
Caudalosamente
Sorvido pela minha sede.
E dali, hei de partir no vento
Hei de superar distância
Pelo refúgio da clara presença
Da minha insana paz!
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