“O pé formiga se fica muito parado,
subi as escadas, o cão havia roubado um pão.
Ralhei com ele. De leve, pois era só
um pão que podia alimentar uma criança. Se não houvesse caído no chão, embora
não duvide que alguém receberia de bom grado pela lei dos 5 segundos e da fome.
Desci as escadas. O pé formiga.
Apanhei uma sacola cheia de
lembranças e medos
E voltei para a companhia do meu amigo,
que matava felizmente uma barata.
Apanhei o pão e a merda que o
companheiro fizera agora à noite. Fechei a sacola, aterrorizado, com a barata
assassinada.
Joguei a sacola do alto da laje,
acertei o alvo.
Me virei e olhei o céu.
Uma gama de pequenas luzes acenava, afirmando
o tempo e a existência,
Numa solidão gigantesca e infinita
que habita, sussurrando grandezas
De um Universo feito de muitos versos
que nos contam o segredo da ida.
- Dorme. Dorme e sonha muito no dia do sono maior. Sonha com tudo, com toda coisa
Pois o sonho nada mais é que as histórias sendo sinceras, a tua história contada como deveria
Pois a tua mente cria toda realidade. Pena que não a saibamos usar.
E percebi que nada mais tenho a que
me apegar que não a lucidez de que sozinhos estamos
Embora nos façamos companhia nessa
aventura sem final feliz chamada vida.
Desci, definitivamente.
O pé.
O pé está aqui. E essa é a minha fé.”
(S.)
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